15 de set. de 2011

Para que serve uma relação?



Hoje, acordei pensando sobre isso. Porque, não há dúvidas de que o ser humano é um ser social, que precisa relacionar-se em tempo quase integral com o outro. Mesmo os mais tímidos, ou os mais bem resolvidos ou amantes de si próprios, necessitam, em alguns momentos em suas vidas, interagir com outras pessoas. Mas, este é um tipo de relação que não perpassa, obrigatoriamente, pela convivência diária, ali, do tipo “sempre juntos”.
A história do mundo, desde seus primórdios, nos conta que o homem, ou Deus, criou a sociedade e que esta estabeleceu paradigmas de convivência social e, dentre eles, está a relação a dois. Está claro aqui que a relação a que me refiro pode ser entre pessoas do mesmo sexo ou não. O fato é que estou refletindo, neste momento, sobre parceria no mais amplo sentido, o que significa envolver amor, amizade, cumplicidade, companheirismo e sexo.
As pessoas buscam todo o tempo uma relação para a vida toda para não se sentirem isoladas no mundo e, nesta busca, muitas vezes frenética e cobrada pela sociedade, se esquecem  que parcerias envolvem, antes de tudo, o respeito à individualidade do outro e, ao mesmo tempo, entrega total.
Tudo tem seu tempo certo! Não há relação que dê certo se a gente a busca porque todo mundo tem, porque “já está passando da hora”, porque vou ser tachada de mal amado(a), etc. Cada ser humano tem seu tempo próprio, seu ritmo pessoal que deve ser respeitado. Também não importa quantos relacionamentos você possa ter, mas sim a qualidade que eles possam imprimir à sua vida, à sua história e à sua formação como ser humano íntegro e integral.
Bem, não é preciso dizer que fui pesquisar na internet sobre o tema e encontrei a definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação, num texto do Dr. Drauzio Varela que transcrevo abaixo, para que vocês também possam refletir sobre o assunto e suas próprias posturas diante de um relacionamento que eu chamaria “de verdade”.
Boa leitura e até a próxima!


"Uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil"
Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom, e merece ser desenvolvido.
Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça.
Todos fadados à frustração. Uma armadilha.
Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois."

(Drauzio Varela - médico cancerologista e escritor)

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